quarta-feira, 3 de maio de 2017

Ausência. Minha.

Na correria cotidiana, em meio a encontros e desencontros, sinto uma ausência.
A minha falta. Não me vejo faz bastante tempo.
Tenho me ocupado com uma outra, aquela que esperam de mim.
Pró-ativa, bem resolvida, decidida, de bem com a vida. Mato fome com duas castanhas e resolvo problemas numa corridinha de cinco-cá.
Eficaz, eficiente, paciente, independente. Máximo desempenho por fora, aconteça o que acontecer por dentro.
Feminista, feminina, puta, dama, doida, santa. Entre tantas faces, a mais conveniente.
Enquanto tentava empurrar tudo isso alma adentro, não tive coração que desse conta de sentir a sua presença, a minha.
Mas sei que está aí. Sinto.
Calmaria. Em algum lugar, sei que espera. Não é do seu feitio concorrer com todas essas vozes e ordens que sempre gritam ao meu ouvido e exigem atenção.
Paciência. Entende que, muitas vezes, não estou preparada. Teu encontro me faz esquecer as expectativas e eu ainda preciso de aprovações pra me sentir segura.
Silêncio. Com tanto barulho, sabe que é melhor continuar calada. Uma hora sentirei falta da sua voz.
Ao te ouvir, sentirei a minha força.
Reconhecerei tudo o que é meu.
E fluirei.
Entregarei-me ao que sou.
Minha melhor companhia.

6 comentários:

  1. Profundo. Me faz refletir!
    Amiga,admirável sua capacidade de fluir com as palavras. Sempre minha amiga culta, inteligente e linda.
    Te amo😚 meu orgulho

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  2. Gosto muito desse texto, entro no blog olho, olho e sempre leio o mesmo. Irei ler os outros ... Mas terei que ler esse novamente! Sucesso na jornada da alma querida amiga.

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  3. Bons ventos a levem a viver, contemplar e nos transmitir seu imaginário.
    Um abraço apertado.

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    1. Deb! Obrigada por sempre passar por aqui e deixar palavras lindas! Beijão!!!

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