quinta-feira, 30 de março de 2017

Mantenha-se em movimento.

Sou uma geminiana típica. Tenho sempre umas mil ideias geniais todos os dias, mas vou em frente com metade disso. Até começo a realizá-las, mas é provável que largue “de mão” boa parte logo no começo por elas não serem tão interessantes quanto eram quando ainda estavam no papel. Daquelas que me despertarem a vontade de perseverar, é ainda provável que eu abandone uma parte perto do final porque, possivelmente, outras tantas ideias surgirão e despertarão minha curiosidade, e eu estarei enlouquecida querendo saber mais sobre esses novos assuntos. E o ciclo inicia.
Cursos, viagens, receitas, jardins, textos. A lista de projetos abandonados é bem longa e a angústia sempre passa um bom tempo corroendo meus pensamentos. “Irresponsável”, “não termino nada”, “jogo dinheiro fora” e mais um monte de frases e adjetivos pouco positivos ao meu respeito inundam a minha mente toda vez que eu decido abandonar algum projeto. Já me culpei muito por essa minha tendência a começar muita coisa e terminar umas poucas.
Um belo dia li algo sobre pessoas multipotenciais e me redimi comigo mesma. O texto dizia que algumas pessoas possuem interesses os mais variados possíveis, muitas vezes divergentes. Elas seriam movidas pela pura curiosidade e vontade de aprender. E pronto! Podemos todos seguir em paz!
Ao ler sobre esse sujeito, com o qual me identifico muito, percebi que acima de qualquer coisa está a vontade de aprender. É isso o que o multipotencial, eu, e mais um galera, sentem: desejo por ampliar o próprio mundo através de novos e instigantes conhecimentos. Do tricô ao tarô, das novas técnicas de maquiagem às descobertas sobre novos planetas. Porque é isso mesmo, a gente gosta é de aprender!
Sim, eu poderia falar alemão fluentemente. Ou poderia estar num nível avançado em um curso qualquer que comecei e depois acabei largando. Mas, não larguei esses projetos para ficar fuçando a vida do povo no Facebook. Fiquei o tempo que achei necessário, e depois parti para experiências que estavam mais alinhadas ao meu momento e despertavam meu interesse.
Percebo que o mais importante é manter-se em movimento. O bom e velho hábito de ocupar a mente é o melhor que podemos fazer por nós mesmos. Quanto mais ocupados, quanto mais buscarmos conhecimento, melhor pra nós. Mais próspera e interessante será a nossa vida. O interesse por um determinado assunto pode morrer depois de poucas aulas, mas o conhecimento que acumulamos nunca se perde. E o desejo por aprender está lá, no DNA!
Não estou pregando a falta de foco. Pelo contrário. Só acho que a vida é ampla demais pra nos prendermos a metas e promessas.
Quero dizer àquelas pessoas que largam o que não lhes interessa mais e partem para novos desafios isso: “Tamu junto!”. Pra que perder tempo quando sabemos que outros coelhos mais legais, curiosos e desconhecidos sairão de outros matos mais legais, curiosos e desconhecidos?

sábado, 18 de março de 2017

A arte (necessária) de largar o que quiser.

Já comecei e larguei um monte de coisas que, num certo momento, eram TUDO o que eu queria fazer da minha vida!
Seja um curso, seja ler um livro, seja uma mobília, um amor, um amigo, uma viagem, um sonho!
Sou a rainha da aula experimental, a propósito.
Sempre cadastro meu email nessas landing pages e baixo qualquer ebook que oferecem.
E tenho um quartinho dos sonhos abandonados, onde eu botei meus óculos de natação e minha bicicleta para o triathlon que não realizei, meus livros de estudos pro concurso do Itamaraty, minha esteirinha da yoga que larguei há tempos, meus CDs da aula de canto. A calça do Krav Magá tá na porta...
Gosto mesmo de experimentar. De aulas a relacionamentos.
Faz parte da minha medida de realização pessoal a quantidade de experiências que vivi e conhecimentos que acumulei.
Algumas experiências eu repetiria muitas vezes, de outras até me arrependo. Mas algo em mim, graças a Deus/ ao Universo/ à Força Superior, percebe essas piores experiências como capítulos do livro da vida devidamente estudados. Claramente, isso é uma metáfora que eu criei pra proteger meu ego frágil. Porque sempre dá uma sensação de derrota começar algo e desistir depois. Principalmente quando você falou empolgado sobre aquilo pra todo mundo. Até postou fotinhas no Insta/Face/Snap/tudo-de-rede-social-que-existe!
O blog existe por e graças a isso: as coisas que eu percebo nessas experiências se transformam em inspiração pra escrever.
E devo confessar: as piores cagadas se transformam nos melhores textos.
Acho que a experiência de viver é isso mesmo, dar vazão às várias influências que recebemos. Serve pra mim por um tempo, e depois eu largo. Mas alguém vê aquilo em mim e adota, porque se encaixa no momento que está vivendo. Enfim! Às vezes, as coisas não vêm só pra nós, mas pra alguém que será inspirado por nós. E nos transformamos nessa ponte maravilhosa da inspiração pra quem precisa recebê-la. De roupa a atitudes!
Acho super importante saber descartar sonhos e projetos.
Assim como retardamos demais pra começar alguns, podemos não soltar outros com a brevidade necessária para estarmos livres pros próximos mais coerentes com nosso momento. E por puro medo, apenas. Medo de ser julgado, de jogar fora “tanta coisa” que construímos. Pobres humanos de visão limitada!
Porque não estou aqui nesse mundo pra falar inglês fluente, ou pra ser um químico, mas pra ser o máximo que posso ser. Talvez esteja incluído nesse projeto falar fluente um idioma e ter uma graduação. Talvez não. É aquela velha história, cada um tem a sua caminhada.Só eu posso saber o momento de começar, de parar, de partir. Porque a história é minha...

segunda-feira, 13 de março de 2017

Bem-vindo ao amor real.

Como dá medo amar o falho, o imperfeito, o que não é 100% garantido. A gente sempre espera muito daquilo que ama, porque não existe amor sem investimento de energia e tempo e vamos certamente querer o mesmo de volta, do mesmo jeito, da mesma forma, na mesma intensidade. Insuportável não receber isso.


Fazer, buscar, viver, ser o que se quer de verdade. Tudo isso é arriscado demais.
Se não vingar, perde-se tudo. Porque muitas vezes a gente tem que agir diferente do que dizem ser certo, então não se trata de mais uma ou outra frustração nas curvas da vida, mas uma derrota, a prova de que não sabemos de nada e é melhor ficar quietos no cantinho e parar de inventar moda…


Portanto, só suportamos um amor com garantias. Só que isso não existe...


Eu acho que a gente sempre sabe o que quer de verdade. Mas isso exige de nós a capacidade de perceber a felicidade no simples fato de estar vivendo aquilo que o coração tanto deseja. Isso dá uma paz pra alma! Não vai ser como pensamos, provavelmente menos festivo, menos confortável. Mas vai trazer uma vitalidade incrível, e alegria espontânea. É isso o acontece quando vivemos o que queremos, verdadeiramente.


Pra mim, o amor até começa com um sentimento, um aquecer na alma, mas pra ser de verdade, tem que ter aposta. Acho isso, quem ama investe, acredita e vai, ou fica e espera um pouco. Mas compreende que não é confortável e nem por isso se melindra e desiste. Porque vale a pena, dizem. Sentem!

Comentei sobre isso com uma pessoa iluminada que Deus/o Universo/a Força Superior botou na minha vida. Conversamos bastante sobre como o amor exige aposta e ser capaz de percebê-lo quando tem formas diferentes das nossas, e que assim mesmo é tudo amor. Aí ela me disse “bem vinda ao amor real”. Eu gostei disso.