quinta-feira, 12 de maio de 2016

Eu. Meu hoje.

Hoje eu resolvi me amar.
Não vou olhar as listas de promessas desse ano, muito menos o que faltou nos anos anteriores. 
Hoje resolvi não dar a mínima se ainda não cumpri nenhuma das 10 etapas para ser feliz. Nem estou disposta a iniciar os 4 passos para a iluminação que aquele pop-monge falou.
Hoje, não tem a menor importância não ter os 5 itens essenciais para o beauty de uma mulher, não praticar as 7 atitudes que toda pessoa de sucesso pratica logo que acorda, não saber como quero estar daqui a 5 anos.
Hoje também resolvi não ligar a mínima para o fato de não ter assistido a qualquer dos 30 filmes mais relevantes para a modernidade, lido os 40 livros recomendados para quem quer estar conectado ao novo milênio, conhecido os 10 blogers mais relevantes da atualidade, seguido os perfis mais bombados no Instagram.
Hoje, aliás, estou “nem aí” se não conheci os restaurantes estrelados da lista Michelan, ouvi os 20 maiores sucessos brasileiros de 2015, ainda não fui às melhores baladas da minha cidade e região, não visitei os 10 países mais amados pela nova geração.
Hoje, não vou olhar a wish list de ninguém, pouco me importa se o que tenho saiu de moda, ou a moda que virá. 
Resolvi que viverei sempre neste tempo. Eu sou o meu hoje para sempre.
Eu sou o melhor pra mim e é a mim que escolho. Estou ótima, tenho tudo e está tudo bem.

Hoje, quero apenas ser. Ponto. 

terça-feira, 3 de maio de 2016

#livroselições - MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS



Amo livros.
É uma paixão desde a mais tenra idade, como diriam meus ídolos de escrita mais formal.
Não saberia dizer quais mais amei. Mas há alguns que certamente impactaram na minha visão de mundo.
Tem um, em especial, que mexeu com minhas convicções e veio num momento muito importante, de redescoberta.
Mulheres que correm com os lobos.
Esse título tem um sentido interessante, mas realmente não diz tudo... E eu também não saberia dizer qual título transmitiria todo o sentido que esse livro desperta em SUAS LEITORAS. Porque ele é um livro para mulheres, mas é nada mulherzinha, ok? Impressionante também a conexão que ele desperta entre elas, mas vou falar sobre isso um pouco na frente...
A autora, Clarissa Pinkola Estés, é uma psicanalista junguiana. Americana, mas de ascendência mexicana.
Descobri que ela também é poetisa e não me surpreendi, pois sua escrita tem um lirismo muito legal...
No livro, ela apresenta mitos e fábulas, passadas de geração em geração em forma de cantorias e histórias orais, sobre personagens surpreendidos pelas armadilhas do destino, que enfrentaram suas agruras e nos deixaram grandes lições, vencendo os desafios ou mesmo sucumbindo a eles.
São narrativas sobre a mulher selvagem, a essência feminina que habita todas nós e, como sábias mães, vai nos mostrando o nosso caminho ao longo da vida, e nos chamando de volta quando nos distanciamos.
É sobre isso, o resgate da nossa essência, a capacidade de ouvir o chamado da mulher selvagem e a coragem para caminhar de volta a ela, que trata o livro...
Algumas protagonistas dessas histórias conseguiram superar seus medos e renasceram com eles. Outras entraram em caminhos sem volta, motivadas por um amor falso, ou por uma imagem ingênua do mundo.
Depois de apresentar as histórias, Clarissa explora as mensagens implícitas nessas fábulas. Assim, olhando detalhe a detalhe, a autora nos apresenta o caminho que nós mesmas percorremos para permitir aflorar a nossa essência “selvagem”. Afinal, todo esse desencontro é um processo interno a cada mulher. Um morrer renascer constante que, se nos distancia em algum momento da nossa mulher selvagem, também nos traz de volta renovadas, fortalecidas.
Comecei a ler o livro num momento em que percebi ter feito algumas escolhas importantes, profissionais na maioria, baseadas só em questões racionais e me vi “pagando por isso”. Ou seja, estava meio frustrada...
Durante a leitura fui me encontrando em cada relato de abandono da esperança, castração da vontade para seguir padrões e expectativas alheios, decepção com aqueles em quem se confiava. Ora a moça ingênua que é levada ao encontro do perigo por um amor mentiroso ou por familiares que deveriam protegê-la. Ora um ser livre que é capturado por pessoas que admiram sua essência e, movidos por um amor egoísta (se é que podemos chamar de amor), encarceram-na. Ora sofrendo por sentir-se sozinha no mundo quando já havia encontrado a sua turma: o grupo que ela mais admirava e jamais pensou que poderia pertencer a ele
Ao mesmo tempo, sentia aquecer o coração com as análises da autora, pois conseguia enxergar um caminho de volta, uma forma de reencontrar essa essência “selvagem”. Sentia como se cada texto falasse ao meu coração, ou melhor, à minha essência. E, assim, pude ouvir a mulher selvagem em mim...
Interessante é que durante a leitura do livro, me deparei diversas vezes com... o livro! Pessoas vinham falar dele, lia algum comentário de alguém no Facebook, e se comentava sobre ele com alguma amiga, ela já tinha ouvido falar e desejava ler, ou estava lendo! Parecia um magnetismo, uma reunião de mulheres na mesma busca. Bem esotérico esse comentário, mas é verdade...
Os capítulos são independentes, não precisa seguir a sequência. Então, vira e mexe, eu busco novamente os relatos pra me entender, me resgatar. Pois a Clarissa sempre diz, a mulher selvagem enfrenta uma constante vida-morte-vida, para renascer mais forte...