Eu escolhi esperar.
Mesmo ansiosa por saber o que virá, recolho minha
necessidade de respostas e vivo o presente da melhor forma possível, tentando preencher
de amor cada poro do meu ser, porque é assim que se deve viver e é isso o que a
vida espera de mim.
Decidi aguardar.
A minha pressa atrapalha o meu processo e de todos ao meu
redor, porque o tempo é de cada um e essa demora é, na verdade, a orquestra da
existência tocando a sua melhor sinfonia, mesmo para ouvidos apegados à dor e
olhos incapazes de enxergar a beleza da penumbra que a falta de sol provoca
enquanto seus raios não surgem queimando as pupilas.
É melhor não me apressar.
O tempo do bolo, o ponto da massa, o momento exato do golpe
de mestre precisam ser respeitados se queremos o melhor. Não é a minha infantil
busca por respostas que fará cada tudo se acelerar. Essa criança mimada precisa
compreender a dança que acontece exatamente neste momento e que um pisão é
desnecessário se cada coisa tem seu momento certo para dar o próximo passo.
Há que sentar e admirar.
Há tempo de plantar, tempo de colher, tempo de saber e de apenas
cuidar. Deve-se catar as lagartas para que não destruam a plantação, verificar
se cada planta está recebendo a devida quantidade de água em suas raízes, se os
cestos precisam de reparos para o momento da colheita, que certamente virá, ou se
os bichos estão sendo alimentados e as pessoas, sendo amadas. A colheita, o saber, é apenas um momento da
jornada. A vida é bem maior que
perguntas e respostas. A vida é o agora nos convidando a fazer o melhor que
podemos.
O quando será sempre um grande mistério.
Enquanto não se revela, sigamos amando.
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