Preciso admitir. Eu não me amava.
Bastava que alguém acenasse com alguma atenção para que eu
desistisse dos meus planos.
Bastava que alguém me enxergassem e seria exatamente como viam.
Moldava voz, moldava gostos, moldava personalidade. Modelagem ao gosto do freguês.
Não sabia quem era, pois nunca pude ser.
Atrevida, maluquinha, santa, compreensiva. Sempre às voltas
com o que queriam de mim.
Mas tem uma hora que chega.
Chega de me moldar!
Chega de me adaptar!
Chega a hora de finalmente viver conforme minhas próprias
regras.
A alma se revolta e o corpo trava. A mente entra em crise e
o coração apenas sangra.
Cheguei a este ponto do caminho.
Como será a estrada? Não tenho ideia.
Apenas chegou o momento de não olhar para trás.
Tem a hora do "chega", que bom que chegou. Feliz por você.
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