Você já comeu kiwi?
Percebeu como ele é doce e levemente azedo ao mesmo tempo
quando maduro? E como ele é "travoso" quando está amadurecendo?!
Talvez você nunca tenha sentido o azedume da fruta um pouco verde. Provavelmente porque não precisou esperar que amadurecesse, pois só a consumiu
em algum preparo: na caipiroska, no suco, no doce, no picolé.
Eu costumava comer o kiwi numa receita fit de lanche que me passaram quando fiz uma dieta para perda de
gordura e ganho de massa magra.
Comprava no supermercado e deixava na fruteira por uns três dias ou mais. Depois, guardava na
geladeira junto com as outras frutas prescritas, todas no ponto para serem misturadas nas
minhas receitas fit.
Queria perder alguma coisa, ganhar outra, e o kiwi era um coadjuvante
nisso.
Quis o destino que eu ficasse dura. Lisa. Com o dinheiro
contado.
Essa condição nos faz refletir muito sobre onde investir os
parcos dinheirinhos e o supermercado é o ambiente propício para desenvolver tal
habilidade.
Questionando-me sobre o que deveria realmente comprar, me vi diante da cesta de kiwis.
Peguei um e coloquei no canto do carrinho, mais atrás, para
o caso de tê-lo a mão se sobrasse algum dinheiro.
Após passar todas as compras, ainda sobravam alguns poucos reais.
Pedi que pesassem o kiwi.
Apesar do valor salgado do quilo, pude levar!
Voltei para casa fazendo planos.
Receitas fit? Não.
Não tinha ingredientes suficientes. E, sinceramente, nem pensei nisso.
O kiwi ia ser meu personagem principal.
Meus planos eram sobre o momento em que eu descascaria aquela
linda fruta, observaria os tons de verde, as sementes pretas em torno do miolo
esbranquiçado, e sentiria seu doce-um-pouco-azedo.
Quero fazer isso sentada na cama, olhando para o céu pela janela
aberta e escrevendo algum texto sobre como a falta treina o nosso olhar para
enxergar a abundância.
perfeito: "...como a falta treina o nosso olhar para enxergar a abundância."
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