Existem muitos “morreres” e “renasceres” numa relação a
dois.
A cada embate, em especial, morre uma versão de mim que
desconhece aspectos de si e do outro, que desconhece a própria capacidade de se
superar, ou a vastidão da própria sombra. Vai-se mais um pedaço da (infinita)
ignorância.
E (re)nasce um outro de mm, mais consciente de si e do
outro. Por mais doloroso que seja o confronto, mais conhecedor do ser humano e
das suas limitações nos tornamos.
Não há como crescer sem se relacionar. “O inferno são os
outros”, diria Sartre. O certo é que os outros são, no mínimo, espelhos onde
vemos refletidos o melhor e o pior de nós mesmos. Somos todos humanos.
Nesses contatos, faiscantes ou não, nos religamos depois com
mais força e assertividade. As palavras foram ditas, as questões, resolvidas,
os limites foram colocados e o peito foi esvaziado.
Novas batalhas podem acontecer, mas nunca iguais às
primeiras, pois os sujeitos não são mais os mesmos.
Essas transformações acontecem inevitavelmente.
E se decidimos nos manter “estáveis”, tudo se torna pesado,
duro. O outro é a faísca que toca essa gasolina chamada “alma”.
E aqui eu absolvo quem vai-e-volta. Nessa aparente
estagnação, o indivíduo está aprimorando seus valores, sua força interior e sua
capacidade de assumir as próprias escolhas. Até que a definitiva vem, junto com
um novo indivíduo. Mais humano, (im)perfeitamente humano.
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