segunda-feira, 7 de maio de 2018

Refletir não é pirar.


A essência da vida é a volatilidade. Ela pega fogo e esfria, cresce e se retrai. Um sobe e desce de labaredas estimuladas por tantos fatores ao nosso redor nos queimam ou nos deixam em cinzas. Podemos ficar ali no meio, fingindo que tudo é acaso e vivendo como quem mata no peito o que vier, seja a bola da partida ou o cocô do passarinho. Ou podemos sentar e observar, sabendo que em alguns momentos o chão vai estar quente e em outros estaremos cobertos de pó.

Eu penso demais, acusam-se algumas pessoas. Mas essa capacidade de ater-se aos diversos aspectos de um fato, analisá-los atentamente e tentar enxergar algum sentido em tudo não pode ser perda de tempo. Estranho mesmo é quem se acanha nas reflexões e acha que tudo é assim mesmo.

E quando acreditamos sinceramente que a natureza é perfeita, Deus é maravilhoso e que devemos acreditar na vida, esse refletir constante acaba sempre se balizando na ideia de que tudo o que acontece é para o nosso bem, é porque precisamos, é necessário para nossa evolução, e vai contribuir sim para um fim maior. Isso faz com que cheguemos a respostas que trazem paz para nossa alma. 

Genial.

Ou alguém vai negar o quanto aprendeu com as situações mais duras, por menos esperança que sentisse enquanto estava lá, mergulhado em sofrimento?

Não sejamos infantis pensando que todo o azar do mundo foi direcionado a nós porque uma porta se fechou na nossa frente. Uma porta pequena, estreita, de passagem tortuosa e que nos levaria a um ambiente que nem ia satisfazer o coração. Aproveito para apresentar o orgulho, essa pestinha que está presente no nosso rol de sentimentos e se incomoda demais com qualquer perda, mesmo que de algo que nos faria mal.

Vamos juntos enxergar além, tanto desse bendito orgulho quanto da ideia de que refletir demais é pirar. Se nos permitirmos alguns momentos de devaneios, de elucubrações cheias de será e talvez, perceberemos que tudo tem um porquê e ele, geralmente, é lindo.