Ontem vivi uma experiência incrível. Mais uma desde que decidi
me investigar mais profundamente, além das dores do momento...
Eu não imaginava ter tantas e tão profundas feridas na alma.
E, também, que viessem de tão longo tempo, e que tivessem sido abertas por pessoas
tão especiais. Enfim, tenho puxado para a superfície machucados que estavam lá
no fundo da alma...
Isso é tão importante, olhar com lupa pras nossas crises. E tudo
começou quando percebi que minhas dores do momento são, na verdade, feridas
antigas reverberando porque alguém enfiou o dedo nelas. Ciúme não é bem ciúme,
mas rejeição; medo não é bem medo, mas reprovações passadas; grosserias são
sabotagens e excessos são carências. E por aí vai.
E ontem eu olhei novamente pra elas.
Acredito que, por estar buscando, a vida tem me revelado
cada vez mais aspectos sobre mim.
Ou, estou conseguindo enxergar o que estava dentro de mim. Afinal,
as verdades só aparecem quando estamos prontos para ver.
E a minha conclusão é só uma: apeguei-me às dores da vida e
passei a tê-las como paradigma. Frustrações acontecem a todo o momento, a
todos. Porém, podem ser intensas demais, ou virem num momento de fraqueza, a
ponto de se tornarem inesquecíveis e aí não conseguimos ressiginificá-las tão
facilmente. Elas ficam lá, como escudos, armas de defesa contra o mal, que
parece imperar no mundo.
Mas... isso é só um aspecto da vida, e agora me sinto cada
vez mais livre para observar o outro lado, o bom. Há muito que apreciar na
vida, e as dores são apenas fragmentos, que podem ser deixadas de lado. E é o
que estou disposta a fazer, a não mais temer...
Há amor em SP, no Ceará, em Rondônia e no mundo... E eu to afim
de olhar só pra ele...